O crente pode acreditar em teorias da conspiração?
Teorias da conspiração são uma forma de fake news que propaga uma desses três tipos:
- Existência de um grupo (normalmente são acusados judeus, illuminati, reptilianos, maçonaria, artistas, cientistas, muçulmanos, etc) com poder suficiente para que se busque governar o mundo secretamente infiltrando-se nas instituições para implantar um controle total (nova ordem mundial, comunismo, fim da família, etc).
- Semear dúvida quanto a fatos científicos estabelecidos. Nesse tipo estão questionamentos infundados quanto ao formato geóide da Terra, a eficácia e segurança das vacinas, negar as medidas de saúde pública diante de epidemias, as mudanças climáticas em curso, etc.
- Providenciar "explicações alternativas" para eventos determinados. Isso inclui negar que o homem foi à Lua, afirmar sem provas que uma eleição foi fraudada, consumir receitas "naturais" suprimidas pela ciência e empresas farmacêuticas, etc. Esse típo de teorias da conspiração é mais difícil de discernir. Diferente dos dois tipos iniciais de teorias da conspiração que são sistêmicos e podem ser refutados com inúmeras provas, teorias da conspiração de eventos coexistem com conluios reais. Maquinações políticas e ecônomicas de menor escala ocorrem diariamente em qualquer grupo humano e até mesmo nas igrejas. Contudo, todas as provas acerca delas devem ser avaliadas. Diante da ausência de evidências não se deve propagar invenções como se fossem verdade.
O crente não deve compactuar com tais teorias da conspiração. Investigações por cientistas e jornalistas não encontraram um grupo tramando para ocultar a realidade, mas a existência de um fenômeno que é o gosto pelas teorias das conspirações e pela mentira. Diz a palavra que "os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor" (Provérbios 12:22) e que todos os que amam a praticam a mentira serão lançados no lago ardente de fogo e enxofre (Apocalipse 21:8, 22:15). A própria ressurreição de Cristo foi negada mediante uma teoria da conspiração de que os discípulos furtaram o corpo de Jesus. E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido. E, congregados eles com os anciãos e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, ordenando: Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram. E, se isso chegar a ser ouvido pelo governador, nós o persuadiremos e vos poremos em segurança. E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado esse dito entre os judeus, até ao dia de hoje. (Mateus 28:11-15). Quem concorda, consome e repassa essas mentiras compactua com o mesmo espírito da mentira que disseram sobre Jesus. E as teorias da conspiração causam muito mal. Há uma verdadeira indústria maligna de produção e disseminação de teorias da conspiração. Vendedores de produtos tóxicos, influencers, líderes políticos ganham dinheiro e poder causando danos às saúdes mentais, físicas e espirituais do povo. Já as Escrituras alertavam:
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A adeão a teorias da conspiração também está associada a traços de personalidade e a problemas de saúde mental. Seus sintomas incluem a falta de confiança interpessoal, sentimento de anomia, insegurança no trabalho, ansiedade, percepção de falsos parâmetros, devaneios e paranoia. Também ocorre dissonância cognitiva, a qual consiste em resistir a aceitar a realidade mesmo quando diante dos fatos que contradigam as crenças na teoria da conspiração. Ocorre também a clivagem, ou o pensamento "ou oito ou oitenta", que é a incapacidade de enxergar qualidades positivas e negativas tanto de si e nos outros em um todo coeso e realista. Com o tempo, as relações sociais no trabalho, família, amizade e igreja passam a serem prejudicadas e o adepto das teorias da conspiração pode cair em um verdadeiro fanatismo. Trata-se de um processo difícil de se escapar e curar. Auxílio psicológico e psiquiátrico são cruciais, sem negligenciar um amparo espiritual. As mídias sociais constituem plataformas onde as teorias da conspiração se espalham e florescem. Vídeos propagados pelo Youtube, Telegram ou Whatsapp propagam essas mentiras. Comunidades virtuais de pessoas que compartilham das mesmas crenças reforçam o sentimento de se sentir especial por aderir a uma teoria da conspiração ou ideologia. No entanto, Salmo 1:1 já adverte contra esse tipo de associação. O crente deve orar, verificar todas as informações (especialmente aceitar com honestidade informações que sejam contrárias a uma teoria da conspiração) e pedir ao Senhor que purifique de toda malícia, mentira e dê lábios e mente verdadeiras. Esse discernimento para entender e passar adiante aquilo que é verdadeiro encontra orientação na Palavra, a qual também nos ensina a não temer esse tipo de coisa. "Não chameis conjuração a tudo quanto este povo chama conjuração; e não temais o seu temor, nem tampouco vos assombreis." Isaías 8:12. "Alguns pregadores estão criticando a utilização de computadores e da Internet. Não há razão e nem conveniência de se fazer qualquer comentário a respeito. Nosso dever é pregar Jesus Cristo e não criticar coisas que muitos nem sabem exatamente o que significam. Outrossim, ainda há servos pregando que o homem não chegou à lua. Não podemos pregar essas coisas absurdas, que não têm qualquer fundamento. Temos que ficar na doutrina do Senhor Jesus para que a Obra de Deus não seja criticada, pois estamos sendo vigiados e observados constantemente." (Tópico de ensinamento de 1999). "Propagar notícias falsas, boatos ou divulgar matéria denegrindo a reputação de alguém, ocasiona sempre danos à vítima, sua família e até mesmo à Igreja. Quem assim procede demonstra irresponsabilidade e absoluta falta de temor a Deus, além da possibilidade de cometer crime contra a honra de terceiros." (Tópico 8, 2021).
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