Por que a CCB não sistematiza sua teologia?
A teologia sistemática é uma disciplina acadêmica que visa dar um relato crítico e equilibrado de temas centrais na crença e na prática cristã. A teologia sistemática não confunde com a sistematização teológica. (E teologia como disciplina acadêmica não se confunde com cursos para formar pastores).
Há profundas teologias sistemáticas produzidas na forma de poemas e cânticos em algumas tradições cristãs. Muito da reflexão teológica é indistinguível da vida devocional. Outras produzem suas teologias primordiamente em seus atos de cultos. Foi assim no cristianismo dos primeiros séculos e segue assim em várias vertentes da cristandade global. Essa abordagem normalmente é chamada de teologia congregacional quando seu foco e local de produção é a vida em igreja, principalmente no culto.
Em contraste, algumas tradições cristãs desenvolveram sistematizações de suas teologias. Em várias denominações existem catecismos e confissões oficiais. Além disso, vários teólogos - sancionados por suas denominações ou não - produziram ensaios sobre tópicos específicos ou volumes compreensivos e sistemáticos acerca de vários tópicos teológicos. Algumas denominações reconhecem um ou outro teológo como expressão autorizada de suas doutrinas.
Na Congregação Cristã no Brasil sua teologia sistemática é vivida e produzida no culto e no cotidiano como igreja. Seus hinos refletem esse repertório teológico. Os ensinamentos - mesmo que transitórios e do ponto de vista de poucos anciãos em um dado local e momento - indicam a importância da vida doutrinal em igreja ao invés de manifestações individualizantes. A reflexão e aceitação dos entendimento doutrinários deve ser sempre sob a guia do Espírito Santo com a plena liberdade de consciência do crente. Por isso, não há como haver uma teologia ou um teólogo "oficial" que formule proposições que outros tenham de aceitar para participar da Congregação. Por esse motivo, na Congregação Cristã no Brasil se produz uma teologia congregacional.
Não há teólogos "canonizados" pela Congregação Cristã no Brasil, sendo que seu ministério não manifesta como porta-voz de suas doutrinas por meios escritos, audiovisuais. Se algum membro (do ministério ou não) produz uma reflexão teológica fora de seu ambiente e papel no culto, o faz como pessoa particular, ainda que sob viéses e perspectivas influenciados por sua base dentro da CCB. E no passado quanto no presente há irmãos bem capacitados teologicamente que produzem tais tipos de trabalho.
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